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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vossa Perfídia

Meus olhos antes secos
Agora estão encharcados
Minha alma que era bela
Agora é castigada pelo ódio
Meus desejos mais profundos
Ficaram presos no passado
Onde eu era uma feliz alma
Aprisionada em um feliz corpo
Tu que dizia me amar
Foi quem cravou a faca cega
Matou-me aos poucos cada pedaço
De felicidade sincera
E tal ferida não cicatrizou
Causando assim a dor eterna
E nunca um homem assim chorou
Como eu chorei por ti donzela


Dustin

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Longe fui

Lembra de mim minha pequena
Aquele garoto com quem dividiste a infância
Lembra de mim bela donzela
O rapaz com quem dançaste a valsa
Longe fui eu para crescer
E hoje volto para encontrá-la
Longe fui eu buscar uma rosa
A mais bonita para presenteiá-la
Lembra de mim doce criança
Aquele amigo daquela tarde
Sei que estou em tuas lembranças
Então se esforce para acessá-las
Longe fui eu para sentir saudades
E na tua falta perceber a importância
Que tens pra mim bela menina
E descobrir o amor na distancia
Longe fui eu buscar o mundo
Para que nele visse-mos nós dois
Para que pudéssemos nos amar eternamente
E que os outros fossem nossos frutos
Longe fui eu buscar a guerra
Embriagado por esse amor constante
E hoje volto pra você deitado
Em madeira de carvalho exuberante


Dustin

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Trem azul, Elis

"Agora o braço não é mais o braço erguido num grito de gol.
Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim: desenhos de luz, agrupamentos de pontos de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais.
E assim - dizem - recontam a vida.
Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam os ossos em fios luminosos e ai estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo.
Um rascunho.
Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra.
Como uma estrela.
Agora eu sou uma estrela."


Elis Regina, Trem Azul.