"Agora o braço não é mais o braço erguido num grito de gol.
Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim: desenhos de luz, agrupamentos de pontos de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais.
E assim - dizem - recontam a vida.
Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam os ossos em fios luminosos e ai estou, pelo salão, pelas casas, pelas cidades, parecida comigo.
Um rascunho.
Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra.
Como uma estrela.
Agora eu sou uma estrela."
Elis Regina, Trem Azul.
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