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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dead Memories - Capitulo I - Parte II


Uma semana depois da nossa visita, eu estava no computador ouvindo musicas e escrevendo poesias, coisa que costumava fazer quando me sentia mal. E naquela noite eu me sentia realmente mal. Duas musicas vão marcar pra sempre minha história: Beco Sem Saída - Charlie Brown Jr e Circle - Slipknot. Se um dia ouvir as musicas vai entender por que digo isto. Resolvi ir dormir, pois já me sentia muito mal mesmo e já tinha passado das três da madrugada.

Na manhã de 29 de novembro de 2007 eu acordei com o choro de minhas irmãs vindo da sala. Levantei da cama num salto e corri para ver o que acontecia, me deparei com minha irmã do meio deitada ao sofá em prantos em quanto meu tio abraçava a menor dizendo que ia ficar tudo bem. Perguntei o que estava acontecendo, mesmo já sabendo qual era a resposta para aquela pergunta. E quando eu vi a boca do meu tio mexer-se e dela saírem essas palavras – Seu pai faleceu – Meu mundo caiu. Tudo que eu havia guardado durante tempos, toda aquela amargura em meu peito e aquelas lágrimas contidas, tudo que estava escondido de baixo da minha mascara sem expressão, agora podia ser visto num rosto que soltava um grito e num punho fechado que encontrava a parede do corredor. Entrei no meu quarto e lá fiquei chorando por uma hora, escrevi um poema que foi deliberadamente não planejado e que se fez totalmente sem estrutura e então adormeci, com os olhos molhados olhando um ponto fixo na direção da parede azul, como se quisesse estar no lugar dele.

No mesmo dia eu acordei à tarde e li inteiro o conto de Lovecraft, “A Tumba”, o que me distraiu por algumas horas. Amigos vieram nos visitar, mais eu não tinha saco pra nada, não queria ninguém por perto.

Ao cair da noite eu comecei a planejar o futuro, agora eu devia adquirir uma estrutura psicológica forte e exemplar, o corpo de meu ídolo estava sendo velado, e sua alma devia estar indo descansar em um lugar bom, pois ele era muito bom. E eu agora era o “homem da casa”, aquele que deveria garantir a proteção e paz do seu lar, aquele que tinha de ser mais forte que todos e nunca fraquejar. No planejamento parecia tudo muito fácil, mais eu ainda não sabia o que era viver.

                Na manhã do dia seguinte aconteceu o enterro, vieram parentes e amigos de todos os lugares. Policiais, professores, primos, tios, avós, bandidos e todo tipo de gente que pela vida das quais meu pai já havia passado e marcado-as com seu humor e seu jeito de ser: teimoso, ousado e sincero.


Poeta Diluído - Dead Memóries - Capitulo I - Parte II - Por Dustin Maia

2 comentários:

Vivian disse...

...aqui não sei se é ficção.

mas na vida isso acontece
todos os dias!

bj, lindo!

Anitha disse...

Bom estar de volta, a te ler... =)