Então, me pego
tomando café na tua xícara. Não parece nada extraordinário, mas comigo é assim,
tudo sempre tem um motivo, uma explicação.
Explico que é porque
sinto saudades. E inconscientemente, estou tomando na tua xícara para te ter
mais perto. Bem firme em minhas mãos, tão perto dos meus lábios, é dessa maneira
que eu gostaria de te ter!
Já reparou quantas
coisas tuas tem por aqui? Tua coruja me observa bebendo em ti. Eu olho para ela
como quem diz que esse é um momento nosso e que ela deveria sair dali, ou ao
menos se virar.
Sem êxito nas minhas
reclamações, decido que me virar é a melhor maneira de obter privacidade por
aqui.
Deparo-me com tuas pelúcias,
com teu vestido, com teus bilhetes, com a nossa cama... Então me deito ali, tentando te sentir,
tentando te enxergar.
Procuro por tuas
mãos, por teus pés, por teu sorriso ou um olhar. E nada.
Continuo a beber em
ti e o café parece nunca acabar, assim como o meu amor. E essa vontade de te
ter. A onde você esta?
M.
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