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terça-feira, 18 de maio de 2010

O que me faz agir assim?

Hoje mais cedo ao sair do serviço, deparei-me com um garoto chupando um sorvete, ele estuda na escola onde trabalho e mora aqui no bairro com seu pai, que eu já conheço e cumprimentos há tempos. Não é raro ver o garoto no bar da esquina, pedindo algo para um dos conhecidos de seu pai, às vezes um doce, outras um refrigerante e em outras vezes, um sorvete.
Seu pai é aquele tipo de homem que agente costuma rotular como uma pessoa alterada, sombria e perdida no mundo das drogas, porém, de fato é apenas mais um preconceito imposto a nossos olhos. Já tive oportunidades de falar algumas palavras com o jovem "senhor" e ele não é de todo mal, talvez não seja de mal nenhum, apenas vive no mundo como pode. Várias vezes eu já o vi levando o garoto para escola e já o vi também em algumas tardes colocando-o para dentro de casa, para fazer o dever de casa. Isso me faz pensar que pelo menos duas vezes no dia ele pensa em seu filho, no futuro dele, no que ele vai se transformar em futuro não tão distante. Não tão distante? Pois é, porque a infância tem acabado mais cedo, os sorrisos tem nos abandonado em meio à inocência do inicio da vida e a escolha já não pertence a nós, ser criança ou crescer?
O fato é que ao ver aquele garoto eu me esqueci de mim, me deixei encostar no canto da porta da secretária e o observei. E observando-o eu me perdi em meio aos meus devaneios. Por que eu choro tanto? Por que eu me preocupo tanto? Por que eu escrevo? Por que eu canto?
Estou sempre saindo de buracos e caindo em outros, mais profundos, mais sombrios, e por que no fim mesmo com problemas tão menores do que os de muita gente eu ainda me sinto incapaz? Por que eu me sinto tão frágil e perturbado? E no meio de tantas perguntas eu me perco, não me acho, me engano e não disfarço, cada dia que se passa, cada sorriso forçado e eu que sou forçado a crescer cada vez mais, pra não deixar que tudo isso me afogue nesse mar de perturbações. Eu quero entender, eu preciso entender!

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