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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Outono no Jardim Nublado - Parte III

Comemos em silêncio e o ar parecia pesado, de vez em quando eu encontrava o olhar de Amélia em minha direção, um olha tímido e analítico. Parecia que todos ali presentes sabiam do acontecido e estavam esperando por uma nova manifestação seja lá qual fosse esta.

Não pude mais me conter e me pus a falar:

- Como foi o dia meu tio?

- Muitos negócios, estão me matando, prepara-te Eliseu pois a vida não é fácil! Há muitos trapaceiros querendo nos passar a perna e estamos sempre a mercê do destino.

- Compreendo.

O silêncio novamente deu o ar de sua graça à mesa. E depois novamente foi rompido pela voz grave de meu tio.

- Eliseu meu caro, eu tenho uma proposta a lhe fazer! – Coçando o queixo disse – Minha Amélia em breve sairá em viagem para estudar. Estava pensando em Paris, talvez Lyon; o que acha da idéia de acompanhá-la? Sim, pois, você é um rapaz viajado, inteligente, creio que ela estaria segura ao teu lado. Então, o que me diz?

Naquele momento meus olhos ganharam um brilho especial. Sim, isso era tudo que eu precisava ouvir naquele dia tão cheio de surpresas.

Eu... E Amélia! No continente Europeu, os dois e apaixonados...

- Bom, meu tio, eu pretendia parar em casa por um semestre, porém, se o Senhor acha mais seguro que eu vá com ela, claro, será uma honra!

- Ah Eliseu, muito obrigado, meu coração fica sossegado ao saber que minha filha não estará sozinha, a mercê do mundo, pois, sim, em todo lugar existe gente aproveitadora que faz de um tudo para sair na melhor. Obrigado Eliseu!

Agora na minha mente se passavam as imagens de um filme, onde Amélia e eu éramos amantes em Paris ou Lyon, o que de fato não importava, pois que fosse no Iraque... Ainda assim estaríamos os dois a sós. Eu me deliciava em meus pensamentos e percebi que ela também planeja mil façanhas ao meu lado.

Não demorou para que a minha linha de raciocínio fosse quebrada. Oh voz dos diabos, sempre falando quando deveria calar, aparecendo nos lugares de onde devia ficar a mil metros em momentos bons. Era a voz de Elza que interrompia meus pensamentos. Aquela voz que parecia mais um ruído de algo sobrenatural.

- O Senhor devia pensar melhor Sr. Osmar, não que eu tenha o direito de questionar suas decisões, mais não seria bom para a reputação de Amélia viajar o mundo na companhia de um homem. E...

- Ora deixe desse pensamento antiquado – Disse meu tio interrompendo-a – Não me importa o que vão pensar os outros, eles são primos. E digo mais, aquele levantar falsas especulações sobre minha filha, que venha até mim fazer tais acusações.

- E minha opinião não conta? – Disse Amélia com um olhar inquisitor – Eliseu é uma ótima companhia para mim. Além de sermos primos, temos uma grande amizade. Eu achei sua idéia ótima papai, eu iria odiar ficar sozinha em uma cidade tão bonita.

- Bom, se os dois estão de acordo, é assim que vai ser.

Terminamos o jantar e seguimos para a sala principal.


Outono no Jardim Nublado - Parte III - Por Dustin Maia

6 comentários:

piedadevieira disse...

Comecei agora, quero ler mais, acharei o tempo.

Guilherme Navarro disse...

Talvez o melhor blog que sigo.

M. disse...

Muito bom, amor! Continuarei vindo aqui forever haha

- Danielly Correia disse...

Querido, adorei está postagem..
Continue assim (:

Lucas Jardim disse...

queroa continuação.. a historia cada vez toma 1 rumo melhor *-* to adorando manim

Dustin Maia disse...

huashuhasuhasuha!!! Até que um dia eu bote fogo na mansão do Sr. Osmar rsrs

Obrigado pessoal!! *-*