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terça-feira, 1 de junho de 2010

Cena de Morte e Resgate

Eu nunca tive medo da morte, porém nunca esperei que ela chegasse em um momento de estupidez, pensei que seria heróico, deslumbrante, mas agora eu vejo que a morte não é bonita. Ao morrer deixamos solidão e prantos injetados nas pessoas que amamos, ao morrer nós deixamos o concreto para adentrar na incerteza, a incerteza do depois e do "por quê?". Era uma bela noite de quinta-feira, quando meus passos apressados encontraram a morte em meio à escuridão, cai na vala da sarjeta e sangrei chorando de aflição, perdi meus movimentos, recorri a meus lamentos, mas nada me fazia reagir. Em seguida, a visão turva, eu via pés borrados se aproximando, eu ouvi gritos ecoando e mais tarde podia ver luzes que de repente eram cabeças borradas a minha volta e um pouco mais a cima, haviam estrelas. Tudo escureceu e eu logo senti as batidas do meu coração acelerarem, como se forçadas por um fluxo que as conduzia como orquestra. 1, 2, 3. 1, 2, 3. Pude ver um clarão. 1, 2, 3. E então de novo a escuridão.

Contos do Bêbado Orador – Cena de Morte e Resgate - Por Dustin Maia.

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