Todo o encanto se perdeu no momento em que Elza a governanta apareceu no vão das cercas vivas que desenhavam a entrada do jardim anunciando que era hora do jantar. Este era o seu jeito de me atrapalhar na maior parte das minhas tarefas, sempre com seu ar de compromisso e responsabilidade que deixava todos aborrecidos.
Assim seguimos, Amélia para um lado acompanhada por Elza que queria assegurar-se de que ela iria se aprontar para o jantar e eu para o outro onde iria demorar-me em um banho refletindo sobre os últimos acontecimentos. Eu nem imaginava de onde viera à coragem para realizar tais atos, beijá-la em meio ao jardim? Ali onde qualquer um poderia chegar a qualquer momento sem ser notado? Assim como Elza chegou a pouco, poderia ter chego momentos antes e flagrado nosso beijo. De qualquer forma eu faria tudo do mesmo jeito ou melhoraria em alguns aspectos.
Quando cheguei à sala de jantar o Sr. Osmar (este era o pai de Amélia) já estava à mesa, sentado na sua grande cadeira que ficava disposta numa das pontas da grande mesa esculpida em Carvalho-roble. A mesa era extensa e tinha doze lugares, sendo duas cadeiras posicionadas em cada ponta e as outras dez posicionadas cinco em cada lado da mesa. Elza sentava-se a uma cadeira de distancia do patrão, mais por nada nesse mundo conseguia esconder sua vontade de ocupar a cadeira da outra ponta que era o lugar que a esposa do Sr. Osmar ocupava quando viva. Ela faleceu ainda no auge da idade, com vinte e oito anos apenas, quando teve uma forte pneumonia. Amélia sentava-se na primeira cadeira a esquerda do pai e quando cheguei já estava lá conversando algo muito aflita e empolgada.
Sentei-me a uma cadeira dela e então foi ordenado que servissem o jantar.
Outono no Jardim Nublado - Parte II - Por Dustin Maia
1 comentários:
Outono no Jardim Nublado ta liiiiiiiiiiiiiiiiiindo *------* aah cara, você sabe que eu AMO tudo que você escreve. Quando crescer vou escrever como você, rs.
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